Quando eu tinha 7 anos, sonhava
com a neve em meus pés pequeninos tamanho 30 e através deles, pisava no algodão
molhado e montava o meu boneco com nariz de cenoura. Aos 10 anos, pedi ao Papai
Noel – Santa Claus – que acabasse com a guerra e fome no mundo ( esse era um
período revolucionário em minha essência, algo que sequer entendo, mas vivi).
Hoje, percebo o quanto foi belo o caminho que tracei em cada natal, os sonhos
conquistados e as estrelas lindas que arrisquei ser uma daquelas que realizam desejos,
eu acreditava. E acho que ainda acredito.
Faça uma lista. Um percurso que
você viveu desde a época que lembra até hoje. O que mudou? Garanto que a neve
imaginária não existe mais. Garanto que os bonequinhos na árvore não falam
mais. Garanto que o presente de natal não é mais tão aguardado como antes. Se
errei, perdoe-me. Hoje, a razão costuma falar mais alto, embora eu ame – de corpo
e alma – montar e ver as luzes piscantes na mesinha perto do sofá em minha árvore
de natal. Aquela que o Senhor dos Presentes colocará sua magia e seu encanto. Aquela
que te deixa com uma sensação de nostalgia plena.
As bolas reluzem seu rosto, uma
forma estranha com rugas que não existiam aparece, cabelos envelhecidos e
preocupações futuras são refletidos em tons de azul e vermelho, suas cores
preferidas. Contas para pagar, roupas para comprar, cabelo para fazer. Sejam
bem vindos à vida adulta. Porém não se permitam esquecer o que se viveu e no
que se acredita, seja verdade ou não, é mágica. A qualquer momento, meu amado
Papai Noel vai surgir e lhe chamar de tolo por deixar de crer em uma coisa
dessas.
Paremos para pensar: o mundo fala
cada vez menos do natal, as pessoas se importam cada vez menos com o natal. A
correria do dia é tanta que só queremos um travesseiro e uma boa noite de sono.
Sem expectativas. Luzes não brilham mais. Tanto fora quanto dentro de nós.
Mas olhe nossos filhos,
sobrinhos, parentes. A luz está lá. O natal está dentro deles só esperando...
Esperando... Esperando o que, afinal? Eu não sei. Você sabe? Lembra o que
esperava quando tinha 5 anos? Não era só presente, porque às vezes não existia,
mas um bom café em família ou aquele banho de chuva com os amigos da vila onde
mora. Natal é diferente. Tudo fica diferente. E eu sou apaixonada – loucamente apaixonada
– por essa época.
Resolvi sair para ver a cidade - Moro
em Belém, caso tenha esquecido -, as mangueiras sorriem enquanto brilham
refletidas por luminárias da Praça Batista Campos, os pinheirinhos de plástico enfeitam
a casa da D.Maria, na vila Perpétuo Socorro. Há alguns vizinhos criativos que
resolvem reciclar e enriquecer sua decoração. Louvável. Sou dona de uma árvore
de Natal, escolhi e comprei. Simples e aconchegante, característica de
dezembro. É o final de tudo e o recomeço, chove muito e faz frio, gostoso de
viver. Moraria em dezembro para sempre.
Beijos natalinos e não esqueça
que Santa Claus está chegando, prepare sua meia e seu espírito.
Torne especial e sinta-se especial.
Feliz Natal. Muita luz e muita paz.
Izabella Rendeiro.