01 outubro 2013

Quer uma xícara?

O silêncio soa familiar enquanto tomo meu café nessa madrugada e a cada golada quente, um processo lento de lembranças...


Você já parou para pensar no tempo que se tem para fazer algo? Já parou para pensar que esse tempo é extremamente curto? Se não pensou, aconselho a começar a pensar, pois os anos estão se passando, velho amigo. E as rugas que antes eram de preocupação irão se transformar em marcadores de tempo. Sua beleza jovial e seu espírito aventureiro irão se aquietar com a calmaria de um bom chá enquanto assiste a um programa chato de Domingo.
Você sabe muito bem que não pode tomar uma gota da fonte da juventude e transformar-se em Hebe, a deusa imortal. Porém deve saber desfrutar cada momento, que mesmo finito, proporciona momentos inesquecíveis, ter o máximo de aproveitamento, porque em 24 horas se faz muita coisa ou quase nada, tudo em um só parâmetro. 
Quanto tempo demora a lavar o cabelo todas as manhãs? Qual é o intervalo que se tem para uma descansada depois de um longo dia? Você repara os detalhes distintos de cada nascer do Sol? O tempo nunca está ao nosso favor, sempre mais rápido, sempre com pressa, sempre mais a frente, que seja um ou dois segundos, sempre nos vence. O dia nem bem começa e está terminando, os anos, os meses... Lembra do que aconteceu em Janeiro desse ano? E do ano passado?




Bem, senhores, eu não estou aqui para fazer uma retrospectiva do ano que está quase se acabando, muito menos dar uma lição de moral com discursos clichês que ouvimos todas as manhãs na rádio local. Só vim alertá-los que o tempo é curto, e eu sei que você sabe disso, assim como eu sei desse triste detalhe também. Mas o que iremos fazer para mudar? Ah, simples: Absolutamente nada. Terminar de ler esse texto com um gosto amargo do café que está quase para terminar, rir por perceber que o que estou falando é a verdade e que não passo dos 18 anos de idade. Uma imatura descrevendo um adulto que sabe mais da vida. Não é isso que dizem? O que é saber da vida, afinal? É vencer o temido tempo? É conseguir administrá-lo sem deixar que ele ultrapasse você? Eu busco respostas, leitor. E meu café está no último gole. 
Proponho um desafio: Quero que mude sua rotina por 1 dia somente. Ou menos. Só para saber como se lida com tudo isso. Se o tempo deixará você chegar ao seu objetivo principal antes da hora proposta. Tomar uma rota diferente, um caminho mais longo a passos largos, um ônibus lotado, um táxi que pagará no cheque. Um skate roubado na praça central, uma bicicleta sem freio... É só mudança. Só um momento, preciso reabastecer minha xícara, mas não com café porque este já esfriou na garrafa...  Quem sabe um pouco de chá?



Prometo não mudar a xícara e sim, o conteúdo que está nela. Acho mais produtivo e menos radical. Que tal?


Beijos quentes e sem cafeína
Izabella Rendeiro

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