Hoje eu estava em minha aula
semanal de sociologia e o professor falou a respeito do “Fato Social”. O que
mais me chamou atenção foi a capacidade de uma pessoa do final do século XIX –
Durkheim, sociólogo nascido na França – descrever com tanta nitidez o que
vivemos hoje, a violência e suas relações. O Francês afirmou que quem define o
crime é a própria sociedade e que todos nós estamos sujeitos às normas e
regras, e bem, quem compõe essa sociedade somos nós. As próprias pessoas
conduzem o certo do errado e quem não seguir essas ordens paga um “mico” dos
melhores ou tende aos fins judiciários.
Perdoem-me, mas eu não quero dar
uma aula sobre esse assunto, o ponto que eu quero chegar é simples: Somos ou
não somos livres?
A roupa da moda, o carro do ano,
os comportamentos padrões... Quem define? Quando estamos em uma festa de
casamento, qual é a roupa mais adequada? Garanto que a resposta da maioria
seria: “Uma roupa social, sendo um vestido caro ou um terno fino.” Mas eu
poderia ou não poderia ir para essa festa com uma calça Jeans e uma blusa
brega? É aqui que quero chegar. Qual seria sua resposta?
Infelizmente o termo: “Livres”
não é a definição para o que somos. Vivemos em uma sociedade onde quem não
segue as regras oferecidas, pode ser chamado de maluco ou excluído da maioria.
O que mais me incomoda é que nós que criamos essas próprias normas; para sermos
sensatos e dignos, devemos passar confiança e não só na forma de falar, mas de
se portar, de se vestir, de viver. Tudo sendo calculado.
Para a sociedade primitiva, todos
eram vistos como uma família, aquela conversa de “mexeu com um mexeu com
todos”, e aquele que burlasse as regras impostas, poderia ser condenado sob
direito repressivo, ou seja, decapitados, massacrados, queimados e blá, blá...
Pagar o crime com a própria vida. Para a sociedade moderna, aquele que comete o
erro de não seguir as regras, é obrigado a pagar por isso e quando concluir,
voltar para sua vida chata e sem valor nenhum. Veja que o fato social está lá,
só supervisionando e dizendo o que é certo e o que é errado.
Passar no vestibular, acordar
cedo no colégio, dar maior dura estudando e passando noites em claro, trabalhar
feito um condenado, ganhar o salário que dependemos, se esforçar para conseguir
um emprego melhor e consequentemente um dinheirinho a mais no final do mês...
Devemos seguir essas regras senão padecemos.
Para o nosso Durkheim lá do
começo, o crime é um atentado que ofende e contraria certos valores de um todo.
E quem está por trás de tudo é o Fato Social – toda maneira de agir e de pensar
que é capaz de exercer sobre o indivíduo, uma influência externa da própria
sociedade.
Concluindo: Não somos livres.
Dependemos de um padrão para funcionar, e se não tivermos essas normas
viveremos em uma sociedade bagunçada e desestruturada – Uma forma de “Anarquismo
ideológico”, eu diria. É um jeito estranho que vivemos, mas me parece o mais sensato. Caso contrário: Você se imagina sem padrão nenhum? O que iria
fazer e o que iria seguir?
É...
Beijos sem liberdade para todos
vocês.
Izabella Rendeiro
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